Hoje vamos continuar com os Remédios da Avó
Emplastro de couve para tratar
entorses
Para ajudar a tratar a inflamação decorrente de entorses e
contusões aplica-se normalmente gelo de imediato, mas há uma mezinha antiga que
consiste em aplicar, durante a noite, uma cataplasma de folhas de couve. Ana
versão mais antiga passam-se as folhas com o ferro de engomar (protegido por um
pano fino) ou amolecem-se ao vapor, uma forma de facilitar a libertação das
suas propriedades sobre a pele. Aplica-se em contusões, cortes e feridas e
também nas dores da artrite.
E funciona? Apesar
de não haver estudos específicos sobre as cataplasmas de couve, sabe-se que
este vegetal, como outras crucíferas, além de muito rico em vitamina C e outros
minerais, produz compostos derivados do enxofre, como o sulfurafano, um
fitoquímico que tem sido alvo de dezenas de pesquisas pelas suas propriedades
regenerativas, anti-inflamatórias e anticancerígenas.
Cataplasma de argila verde para a
garganta
É antigo o uso da argila verde como tratamento natural,
sobretudo devido à sua grande capacidade de absorção de toxinas. Para a dor de
garganta aplica-se sobre a pele uma camada grossa de uma pasta de partes iguais
de argila verde e água, deixando ficar durante a noite e repetindo as vezes
necessárias. Durante o dia toma-se oralmente, uma colher de café de argila
diluída num pouco de água ou, mais recentemente, em forma de cápsulas,
(encontram-se em lojas de produtos naturais). O mesmo procedimento vale para as
dores musculares e articulares.
E funciona?
A crer em várias pesquisas, a argila tem grandes capacidades de absorção de
toxinas. Algumas variedades têm ainda propriedades antibacterianas
assinaláveis. Um estudo publicado em 2008 na revista ‘Clays and Clay Minerals’,
por exemplo, refere as propriedades terapêuticas da argila verde francesa,
aplicada sobre o abdómen, na úlcera de Buruli, um tipo de úlcera causada por
uma bactéria que provoca a necrose dos tecidos. Outro estudo, publicado no
‘Journal of Animal Science’, em 2011, verificou que a ingestão de argila tinha
um efeito positivo em porcos infetados com a bactéria E. Coli.
Canja de galinha para a constipação
À partida dir-se-ia que este era daqueles casos em que conta
mais o conforto dado pela atenção de quem nos faz a canja, do que propriamente
as propriedades deste caldo gorduroso com carne e massa ou arroz. Mas a verdade
é que a tradição popular da canja de galinha para ajudar na convalescença de
gripes e constipações se mantém.
E funciona? Parece
que sim. Num estudo feito na clínica Monte Sinai, em Miami, em 2000,
compararam-se os efeitos da canja, água quente e água fria sobre a constipação.
Veredicto: a canja tinha um efeito descongestionante muito superior no que toca
a dar cabo do muco nasal. A canja parece ter também a capacidade de conseguir
abrandar a atividade de alguns glóbulos brancos que são os responsáveis pelos
sintomas da constipação. Pelo menos foi o que sugeriu outro estudo feito pela
Universidade do Nebraska. Apesar de serem ainda pouco conclusivos, parece
inegável que, no mínimo, a canja ajuda a hidratar o organismo e fornece
proteínas que ajudam o corpo a restabelecer-se.
Sabia que... a canja de galinha é conhecida como ‘a
penicilina dos judeus’, porque já no século XII, o filósofo, médico judeu
Maimónidas a prescrevia para a asma, alergias, gripes e constipações.
Fonte "Revista Activa"
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